quinta-feira, maio 03, 2007

OI



Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado

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Carlos Drummond de Andrade é meu herói secreto.
Encontrar algo que dialoga tanto com ele é, no mínimo, divertido!
Sem machismos ou achismos, achei (olha eu, já achando!) interessante. Vamos lá, até o anjo é esbelto neste poema!
E a idéia do parto sem dor? Nem um teco reconfortante?
Come on girls, que ainda aparecem neste blog,...me ajudem! hehe

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Recado de bolso: hj é um daqueles dias em q estou sentindo q algo está para acontecer. Será q acontece mesmo ou vai ser só mais uma ida ao banheiro?
Bom, na pior das hipóteses,com diz minha mãe, a gente se "desenfeza", hihihi :)


Idéia na cuca: esse violão está me olhando com curvas desafiadoras hj! Deixa estar.